Eu não te dizia que esta posição não me convinha mesmo nada? Pronto, agora encontro-me a sofrer de um lumbago, Estás satisfeita?
Ela não dizia nem uma palavra. Ouvia, ouvia, mas nem uma careta nem um sorriso nem um protesto.
Não impedia que ela pensava o pior daquele que a queria montar e não conseguia sequer encontrar a posição ideal.
Ele insistia.
-Mas com todos os diabos, não podes dar um jeitinho para que eu te monte à maneira? Não me queres fazer prazer?.
Ela, nada e até dava a impressão que gozava com a situação deste homem que pela primeira vez montava ou queria montar.
Nunca lhe deram lições sobre a maneira de montar, era um homem do campo, com pouca instrução,
Logo, ele até já tinha montado, mas em casa, quero dizer, lá na quinta, mas numa estrada nunca e que desejo ele tinha de a montar ali mesmo.
-Bom; sendo assim vamos andando e talvez tu mudes de ideia.
E lá foram. Ao fim de alguns quilómetros ele disse:
-Ouve lá., não aguento mais! Tenho um forte desejo de te montar aqui mesmo e posição já não a escolho, Virado para traz, virado para a frente, de lado, quero lá saber, o que eu tenho é desejo de te montar e mais nada.
Olha está ali um muro, e é ali mesmo que te vou montar.
E assim foi. Limpou toda a poeira que tinha nas calças, visto que a estrada era de terra e zás.! Subiu para o muro.
Agarrou-se a ela com todas as ganas do mundo, deu um salto e nem queiram saber... caiu do outro lado da burra que com o salto espantou-se e o pobre do camponês ficou a sofrer do lumbago continuando o seu caminho a pé com muita dificuldade.
É que ele só na quinta conseguia subir para cima da burra preparando para isso dois fardos de palha visto que ele era um homem, certo, mas de pouca altura, media um metro e quarenta e cinco!
A. DA FONSECA