Cadáveres de barcos, atolados entre a areia
das dunas, não muito longe, da língua
de água, do imenso mar, que já foi deles,
vão-se deteriorando, aos poucos, por
influência do sal corrosivo e da ferrugem,
que de tudo se vai apoderando, sem piedade.
Enquanto isso, o mar, sempre inquieto,
continua o seu vai e vem, constante.
Quem sabe, se por cada onda deixada, na
praia, uma recordação, se agiganta, e, cavalos,
de espuma, lembram de quando, os barcos,
outrora fortes, singravam águas, ao sabor do
vento e das marés, sempre pela voz do capitão
e de seus intrépidos e fieis, marinheiros.
Mas é em chegando a noite, que, o vento,
ao entrar e sair, pelos buracos abertos, na madeira
ou no ferro, das embarcações, num rugir
assustador, mostra bem, que a morte, de há
muito, se fez presente, em cada uma delas, e,
que, de pouco,
lhes vale, a placidez e toda a beleza, do Oceano.
E nasce um novo dia. E, num último olhar, tendo
o som do mar, por fundo, despeço-me, com toda
a honra, destes baluartes, dos mares, de todo o mundo.
Jorge Humberto
01/07/09