Poemas : 

ASAS DE BRONZE

 


Vi quando a felicidade voou pra bem longe
Com os olhos de lince e as asas de bronze
Com as mãos de falcão acenando pra mim

Levou toda a fecundidade que tinha meu corpo
Fez ficar bem mais frio o suor do meu rosto
Vi corvos no deserto num grande festim

Eu que nunca tive medo de ser assaltado
Sei que a sorte um dia ficará do meu lado
Pra pelo desamor não ser surpreendido

Deixei que as balas passassem do lado direito
As flechas do cupido erraram meu peito
E o meu coração não será mais ferido.

Corri por montanhas e vales pelo teu carinho
Um Aquiles sem asas, um Pégaso sem arminho
Não caí no canion nem me congelei

Voltou com a meiguice que um dia cobrou o meu peito
Fez ficar mais macio o lençol do meu leito
Coroado eu fui com as pompas de um rei

Então a vida só castiga quando um desatino
Transforma a madrugada em um belo menino
E as sas de bronze são cera, eu sei.


JOEL DE SÁ
SP, 02/07/2009.

 
Autor
Joel Pereira de Sá
 
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