Autor: Daniel Fiuza
30/06/2009
Um destino precoce me convence,
A navegar no mar que te pertence,
Aportando sutil na tua enseada,
Exótico porto onde a musa é amada.
Liberto-te da torre negra, opressora,
Sou teu guia, tua coluna protetora,
Os cães notívagos ladram invejosos,
Com seus bafos putrefatos e jocosos.
Importa-me apenas teu vivo esplendor,
O magnífico que a bruma me mostrou,
Transcendendo dos olhos da morena,
A cura da minha paixão, sua verbena.
O arcaico que te chega do além mar,
Em falsas preces ditas ao teu altar,
Mesquinharia diante da minha grandeza,
Espumas dissipadas na minha fortaleza.
Sou a nau que navega teu oceano,
Singrando teus mistérios, me ufano,
Amando-te no remanso ou na procela,
Sou o beijo despertando a Cinderela.
Esqueça tudo que o antigo ainda canta,
O meu poder é maior, para ti se agiganta,
Os teus mares nunca dantes navegados,
São os caminhos por mim explorados.
Levo-te ao paraíso, no sal dos meus beijos,
Possuo tua vontade, tormenta de desejos,
Joga-te nos meus braços, molhada sedução,
Sou teu netuno rei, tua sensual paixão.