"Quem disse que somos de nós? Somos da cicuta, que nos condenaram a beber... talvez por um dia pensarmos que o Mundo era nosso, que éramos superiores ao gado dócil e ruminante dos prados de Abril... O único conforto que temos, o nosso último raio de sol, é a certeza que o coração é o último a ser vencido... pelo veneno da cicuta..."
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Demorei a chegar cá (demorámos, demorámos...), mas vim, sem cravos, nem rosas, mas com a esperança nas mãos... ainda que doente, abatida... Trago-a nas mãos em concha, com jeitinho, não vá o desespero assustá-la, não se vá o encanto quebrar! Enquanto houver sobreviventes do 25 de Abril de todos nós, de todas as nossas vidas, não quero deixá-la morrer. Antes reparti-la, doá-la, dá-la, que deixá-la cair, esquecida, nos solos apodrecidos onde jazem cravos e rosas apodrecidos... "
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"... que ele, o majestoso Sol, ronda sempre, é verdade... Mas quantas atrocidades se cometem, enquanto ele, entre uma ronda e outra, pisca os olhos de sono!!"
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"Quem não venderia résteas de alma ao Tempo, para que Ele lhe concedesse o poder do oleiro, que faz, e desfaz, e corrige a obra, até à perfeição??!!"
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"Cada segundo é preciso... Já não se vende tempo no Templo dos Vendilhões..."
Teresa Teixeira
(alguns dos meus comentários-pensamentos que as vossas obras me inspiraram, nesta partilha virtual de sentires. Sem nomes, sem rótulos, sem datas... para lhes provar quanto vos devo, quanto vocês me ensinaram a reflectir, a saber da Vida, a conhecer a generosidade das palavras... a descobrir-me, descobrindo-vos...)