Toca-me ao de leve,
como beija a lua
com o olhar que me teve
e me deixou na rua.
O olhar da menina bonita
de seu nome flora,
que numa palavra dita
gravou em mim, outrora.
Tatuagem marcada
que em mim me sente,
não me diz nada,
mas nestas palavras me mente.
Mente-me como quem fala
palavras desprovidas de amor,
que não me cala,
este tolo e jovem escritor.
Fala falando,
o que muitos desprezam,
e na vida vou encontrando,
mendigos que a mim me alegram.
Mendigos tolos e loucos,
por muitos deitados fora,
sou apenas mais um dos poucos,
que se perde agora.
De tudo e de mim
me perco e desprendo,
eu fico sentado assim
e não me arrependo.
Sentado no banco do jardim
vejo passar o velho um dia,
que num olhar sem fim,
me chora e diz, "eu sou a alegria".