A montante do rio uma grande pedra
Intrusiva memória da infância mineral
Minha inocência ali parada
Em romboédricos cristais
Acaso a àgua do rio chovesse pró ceu
E se eu de velho estancasse do riso a risada
Minhas duas faces em contra-corrente lembrariam
O deslumbrar seco das primeiras linhas de água
Não sei se a vida terá juzante objectivo
E se as ilusões são limosos versos erodidos
Por isso eu observo um qualquer fino estrato
Para apaziguar meu suspenso turbilhão de areias.