Nesse pôr do sol que encerra mais um dia,
Célere vem deserta, a sombra que consola
Este peito isento de paz, de alegria,
E, assim triste, declino à dor cedo imola
Se já depois do ocaso, à luz quase apagada,
Num desespero sem medida, arfa o coração
Que horrível dia – transbordando nada
Em vão vivido! Ai! Que desilusão!
Há, então somente, pranto em vez de riso
E as tantas desventuras, caem de uma a uma
Vêm-me à míngua, sem qualquer aviso
Desgraçada vida eu te direi! Amar, em suma.
Para que falar sobre mim, para quê?
Para abandonar-me logo agora,
Para julgar-me antes da hora,
Para me esquecer?