A tirania esventra os hialinos horizontes
Do livre voar da prole do córtex:
Faz, hoje, uso do fuzil da latência,
Ancorado no trapiche do reino do povo,
Para açaimar o distinto lúcido coro.
Somos prisioneiros da matrix:
Não falo daquela controlada pelas cibernéticas máquinas,
Mas da matrix regida
Pelos intemperançosos vermes homo sapiens
Que ostentam a vil-metálica gravata.
Ah, no entanto,
Apesar de áridas e encarceradas
Na galáxia das esperas malogradas,
As mentes negam-se a parar de retesar o sonho
De que um dia finalmente
Se transformem no eternal reino de suntuosas águas cor de cristal.
Enfim,
Abrigadas confortavelmente no templo da certeza
De que um dia a liberdade florescerá
Para elas,
Enfrentam as intempéries do mundo
De cabeça erguida e com o olhar
De manhã infinitamente fazendo raiar o sol da primavera.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA