Choro a dor e ao meu pranto
Ó tristeza, em ti me assento
E em tamanho desencanto
Vivo, mas, nenhum momento
Toda essa desventura,
Certo, eu sei, não me desiste
E cá os versos é a cura
Desse meu coração triste
Em poemas represento essa tristeza,
Enquanto a dor em mim se faz ferina
E as palavras me vêm com tal fineza
Que esqueço toda vida desatina
Tudo em mim já não mais incertezas
Como outrora, tudo já não mais ruínas.
Para que falar sobre mim, para quê?
Para abandonar-me logo agora,
Para julgar-me antes da hora,
Para me esquecer?