Sou uma puta solitária morta.
Meu corpo pesa menos que a mágoa esquecida.
Não detenho aquele encanto tão útil da criança violada.
Atrofiadas minhas pernas estancam passos.
O horizonte cerrado trespassa olhos iridiscentes
O iriante sorriso do cego espelhado.
A súplica muda e o aborto no húmido regaço
O corte longo vertical em singelos braços.
Destruo a esperança a golpes de palavras.
Não é possível além do frio tal conforto..
A luz baça,o beneplácito do tormento mental reinante.
A noite é a musa menstruada e triste,deixo que a lágrima percorra o mito.
E nós choramos ao fim de etéreo ocaso.
Sou uma puta doente que insiste
Em vocação para mártir despido,sem cruz,ou adoração.
Um santo andrógino.
Eis a vida e a sentença
A falta que sint, a dor que ostento
Nenhum orgulho resta ao sonhador decomposto.
Não desejo mais a inerte fronte do lívido anseio inconcebível
A noite eterna acaricia meu membro rijo enquanto o céu termina.