Inverno Interior
Aqui para esse quase outro lado do Equador, não existe inverno. Mas confesso-me Glacial. Entre assustada e triste. Entre cinza e frio Cortante. Não sei se é meu coração em pedra que fala, bate na porta e quer voar mundos, ou é a minha mente que reflete sobre o medo, as constatações, incoerências interiores, que borbulham, confundem-se, tornam a solidão mais plena, o dia mais isento de alegrias.
Se pudesse escolher, num átimo não só escolheria escrever apenas alegrias, cores vibrantes, sóis, céus azuis, como preferiria sentir exclusivas alegrias. Viver sempre sorrindo, exultando. Sobra-me, porém acatar que os sonhos nem sempre são blue, ou tão pouco acontecem. E tem dias cinza, sombrios e silentes que devem ser vividos, transpassados e esvaziados, há que se cumprir o ritual, para dar lugar ao novo dia que virá.
De tantos desabores já provados, dores cortantes já sanadas crenças e descréditos intercalados acorre-me dizer para meu emudecido ser: a vida é tesmunhada por dois lados, duas faces sempre. É ganhar perdendo, perder ganhando. Conviver, vivenciar escolhas. Digo-me: resta aquietar o coração. Deixar que o inverno interior se abrande. Sobeja escrever cartas para mim mesma. Ler o que quase não é acessível. Agasalhar-se do frio em pleno Sol do Equador.
( escrito num dia cinza)
[size=large]Citando:
A felicidade é branca... O amor tem matizes que nos fazem ver o infinito..
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O desejo de escrever persiste, por vezes em tons felizes, vibrantes cores, outras em tons pastéis. cor de pérola, mas o que importa é que não há r...