A tinta está cara, a imaginação é rara, hoje em dia são os pobres de espírito que governam, e a nós amantes das artes e das ciências, que nos compete? Deixamos o mundo andar ao contrário, tapando os olhos, fingindo que não vemos, esses coitados, sem alma, sem rumo, andarem pelas ruas, a tentarem-nos impor regras, a impingir-nos um entendimento comum. São uns “Maria vai com todos”, umas fotocopias reles e mal tiradas, indiferenciáveis uns dos outros, clones de um original há muito perdido. Camaleões da moda, seguem apenas o que vêem. Compras fazem-nas nos chineses, entre cópias sentem-se bem. Puros animais selvagens, matam por estatuto social, não têm filosofia, e muito menos vida, o que têm é de outros. Cobardes por natureza, falam pelas costas, mudam de amigos e namorados como de cuecas se tratassem, a amizade e o amor tornaram-se recicláveis. Pensam que são os únicos seres do mundo, só com direitos, deveres não existem.De politica pouco sabem, não gostam de falar disso. Dizem mal da escola, preferem a academia do Intendente. Ignorantes tanto em números, como em letras, sentem-se importantes na sua fossa, qual porco na pocilga. Dizem que são felizes, mas vivem a mexericar a vida dos outros, enfiam supositórios de desconfianças todos os dias,tudo o que se fala é sobre eles, apesar de não saírem na Caras, nem na Lux. Falam constantemente dos seus sonhos, aqueles que ficam a apodrecer nas prateleiras, porque não há vontade, nem capacidade para os realizar. Idealizam tudo o que se lhes acontece, se alguém lhes diz um “olá” é porque está interessado. Deixam-se usar como objectos, também não importa, nem sequer vêem, tão muito ocupados a fazer os floreados do costume. Tentam fazer os outros burros, quando a burrice é a única coisa que lhes pertence por excelência, deviam saber conservá-la. Originalidade só se for nas fontes onde se baseiam, porque de conteúdo só se for a estupidez que possuem em larga escala. O mundo está cheio de indolência, se comem é porque a comida já vem feita, se escrevem, é porque em algum sítio se “inspiraram”, e fizeram uma “adaptação”. Mundo deplorável, onde chegaste!Esses que se acomodaram nas tuas costas, e roubam a criatividade de outros, deixam-te fatigar, já nem sabes se ris, se choras… Pois nem eu, cada dia que passa, menos ligo, se assim o são, sejam, roubem tudo o que é meu, façam das minhas palavras vossas, mas não se esqueçam que ao utiliza-las, é a mim que elas reflectem e não a vocês. Não consigo conceber porque me atacam e depois querem o que é meu? Será pura cleptomania ou é inveja genuína? Não sei, deixo a questão no ar, para quem tiver a aptidão e a audácia de responder. Afinal o conhecimento ainda não se vende, não se pode furtar, as palavras sim, o conhecimento não!