Invento versos de amor que não sinto,
Falo do futuro e só conheço a saudade
Dos meus momentos sucintos
De felicidade
E em mim há algum contentamento
Nessa vida abatida de vaga mocidade
São os versos de amor que invento
De felicidade
Aprendi, assim, que hoje a vida
É morte amanhã e que é verdade
A tristeza ou outra coisa parecida
De felicidade
Fazem-se quando invento. Às vezes minto
Invento versos de amor que não sinto.
Para que falar sobre mim, para quê?
Para abandonar-me logo agora,
Para julgar-me antes da hora,
Para me esquecer?