Poesia impura!
Impura por esta terra
Por este chão
Pela alma daqueles que cantam sua solitária dor
Também impura
Também humana
Repleta de terras e de chãos
E de gentes.
Impura pela pressa com que surge
Dessas mãos inertes há segundos atrás.
Vem célere, impensada...
E se vai.
Calmamente...
Eu queria cantar a canção do meu povo
De toda a minha gente
Que sou eu.
Seus suores, seus viveres,
suas capelas divinamente medíocres
E seus desejos mediocremente divinos.
Mas não tenho mãos, nem penas para tanto.
Apenas esta poesia impura.
Impura por ser de minhas mãos que nasce...