A caminho do amor, em meio, ando
Sem saber na vida sua essência
Sem conhecer seu sabor, nem mesmo quando
Sentirei, enfim, sua existência
Vinte anos vividos, quanto é triste
Fingir que o sorriso é verdadeiro
Tamanha é a tristeza que me insiste
Que o dia parece o derradeiro!
Na imensa solidão que me tortura
Peito cravado, meu Deus! Dor que não finda
Preces faço, cheio de amargura
Com a pouca fé que trago ainda
Nada mais me resta. Tudo me apavora!
E lentamente em mim a mágoa se derrama
Comprovando o desespero de quem chora,
Comprovando a desventura de quem ama.
Para que falar sobre mim, para quê?
Para abandonar-me logo agora,
Para julgar-me antes da hora,
Para me esquecer?