Meus olhos tristes, tão profundamente
Ainda choram e cada vez mais fundo
A solidão abraça-me. Quem entende
Que sou, assim, quem sabe, o mais triste do mundo?
Em uma dor, talvez, que aos olhos não se meça
A angústia sem fim no peito se avoluma
Em avanço feroz, a mágoa já não cessa.
Esse meu sofrer se viu, em época nenhuma
Tira-me a vida e, eu tanto mesquinho
Consternado choro, num culto de saudade
Ao sepulcro do amor que me deixou sozinho
Esperando à vida tudo, menos a felicidade.
Para que falar sobre mim, para quê?
Para abandonar-me logo agora,
Para julgar-me antes da hora,
Para me esquecer?