Poemas : 

Sob epígrafe de Arménio Vieira

 
decidi que ser poeta a sério
implica uma espécie de suicídio

Arménio Vieira


trago comigo sempre a morte
trago-a como uma medalha
junto ao peito

gabo-lhe o corpo

imagino-a bela como um quadro
de manuel jardim
um poema do o’neill
uma canção do zeca

bela porque me diz algo
e partilha comigo o peso o peso
exacto dos meus passos

a morte a minha morte a mais fiel
de todas as companheiras
nunca me abandona

embora saiba
que um dia serei eu a abandoná-la

é minha sombra o meu reflexo
é o meu verso



Xavier Zarco
www.xavierzarco.no.sapo.pt
www.xavierzarco.blogspot.com

 
Autor
Xavier_Zarco
 
Texto
Data
Leituras
1023
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
9 pontos
1
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/06/2009 23:28  Atualizado: 22/06/2009 23:28
 Re: Sob epígrafe de Arménio Vieira
Desapegarmo-nos das coisas e das pessoas, é lançarmos ao vento os nossos sonhos, que através das palavras construímos...

A morte espreita a cada esquina mas não desarma, esta loucura de a ver escapar-me por entre os dedos, sempre que penso e repenso de que cor será ela

Talvez no re(verso) se distingua alguma luz ao fundo do túnel


Beijos daqui