...
Este mal dito,
Quiça Bendito,
Nada tem fim,
Tudo transforma,
Tal como nós,
Em pó se torna,
Ficamos sós,
Por fim sem vida
Que foi vivida...
Já nada vale,
Já nada sente,
Jaz frio na tumba,
Cova bem funda,
Longe da gente.
Será verdade?
Será que então
Resta saudade?
Recordação?
Por quanto rempo?
É muito? É pouco?
Tempo de louco
Que não tem tento,
Que está ausente,
Mesmo presente,
Que já não sente
E nem pressente
Nada de nada...
Tudo findou,
Tudo se acaba,
Mal começou...
Que é viver?
É tão fugaz
Qual voo d'açor,
No pó do tempo,
Ficou para trás.
Passou, esqueceu,
E a marca traz
Do sofrimento,
Sentir angústia
na pequenez
Da nosa história.
Oh! Louca orgia...
Cada vitória
Que o Homem vive,
Vaidade vã,
Qual fantasia,
Louca a glória,
Será memória
De quem vier...
...
António Boavida Pinheiro
AUTOR DE:
«Cem Poemas Diversos»
«Poemas ao correr da pena»
«Poemas em glosa»
OUTROS...
...Continua...