Tento esconder o que meu rosto me escreve
Mas em mim bate um vento que marca minha face.
O tempo não é mais meu amigo e voa rapidamente.
Não me iludo e não aprendo com os furacões.
O que me resta dos sonhos eu não registro.
Recuso-me a ler as histórias que eu mesma escrevi.
Minhas folhas caem e eu não me importo.
É sempre outono em meu caderno.
Eu me projetei tronco forte, raiz profunda...
Sem medir o tempo, tentei me renovar,
Sentir-me outra com faces fabricadas
Única a cada estação que se repete.
Mas que força da natureza é essa que me tenta?
Eu me agasalho e me dispo,
Me resfrio e me acaloro
A todo instante me viro e reviro.
O sol me cobre de flores,
O inverno as folhas me tira,
E eu me aqueço nas neves.
São as estações passando por mim.
Ziza Saygli