O que tu queres
O que deseja
Já de mim tudo tirou
Senhora amarga
Tem fome por comer sonhos
E se delicia de vidas
Ao fim sua única alegria
Seria de principio ver o sofrer
Que de lagrimas o sorriso logo se deriva
A mão caricia
Que de toque
A analgesia
O réquiem
Tocado em lira
Mostra sua dor
Que de toque por fim
Baixando o tom
Mostram a beleza d’teus mortos olhos
Que ao sopro do estremo
Pode mesmo assim ouvir sua voz
Tudo por fim cortar
Por fim deu-se o amante
Com o Cinzel a mal
Sua maior obra a frente
Esculpia seus sonhos mais ardilosos
E viu-se este ao chão
E a amarga senhora com admiração sua abra encarou
Era o Cinzel dos amargos cultos
D’secas imagens
De incontáveis delírios
Danças no contorno de teu fim
Abraça tua vergonha
Cala-se por fim
O que lhe imortalizou
Foi à obra
Que por fim de tua vida te privou
-"Uma vida não questionada não merece ser vivida".Platão.