Penumbra a tarde
cai ácido o dia
o céu escuro cheira a trovoada
Esvoaçam andorinhas neste maio
florido
zumbem os mosquitos ávidos
de sangue
numa surda melodia
Navegam os piratas
lá p´ro sul do atlântico ávidos
de sangue
Geme o violoncelo numa corda só
qual rastejar da cobra em ondulantes
corridas
Gritam as amantes cedo
abandonadas
contra quem falhou
chorudas receitas sempre prometidas
Esbugalham-se os olhos dos toxicómanos
no auge da ressaca
quando lhes foge a vida presa
por um fio
Investigam-se valentins e muitos val e azevedos
Acusam-se de crimes de que são autores
arbitram-se-lhes prisões aureoladas
de sóis
mas ficam em liberdade
É uma beleza
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assinado por: Fernando AAlmeida Reis