QUANDO A TERNURA ACONTECE
Tenho para mim que a vida é uma alternância de horas boas e outras menos boas. A semana que acaba de decorrer foi um amontoado de boas horas, por várias razões.
Num instante, num lapso de tempo que o próprio tempo engole a voadora maquina transpõe oceanos sobrevoando ignotas paragens e num instante venceu distâncias e logrou chegar às terras de origem. No seu seio ela traz metade da pessoa que eu sou, essa metade que as circunstâncias arremessaram para longe amantíssima filha que regressa ao original colo de uma mãe saudosa de a abraçar fazendo-a sentir-se parte de si mesma. Senti-me inteira e apertamo-nos num abraço de fazer doer.
São dias de ternura, saudoso aconchego, mutua leitura nos olhares de cada uma. A riqueza de sentirem recíproca presença, de tal modo as envolve que não acreditam ainda na realidade concreta. Como que acordam e agora sim, tomam consciência plena da sua física e espiritual proximidade.
Assim uma vez mais senti na vida a riqueza da presença daqueles a quem amamos. Do significado que temos uns para com os outros, do preço sem preço que tem a família e da extraordinária consciência que temos desse valor quando aqueles a quem mais queremos estão longe.
Olema