Poemas : 

16. (de vértices do tempo)

 
Paira no ar o cheiro a terra molhada
fruto prometido dum ventre virgem
que desabrocha em flor.
Uma brisa morna com sabor a mel.
No horizonte da memória a vertigem
e na boca o gosto amargo do fel.

Queimam-se cigarros… esvai-se o tempo
a contra-tempo.
Esgotam-se as mortalhas, esmaga-se o que resta
dele na calçada. Abrem-se na sombra
mil navalhas e morre-se a granel.
Aspira-se pelo céu que tarda em vir
e chega-se a pensar que melhor que tudo isto
é o Nada.

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escrito sob o pseudónimo Alvaro Giesta


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AlvaroGiesta
 
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Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 18/06/2009 21:08  Atualizado: 18/06/2009 21:08
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: 16. Vive-se num grito
Alvaro
fiquei encantada com este seu poema.
Vive-se um grito, e a sensação está muito bem descrita.
Parabéns
Vóny Ferreira

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/06/2009 21:17  Atualizado: 18/06/2009 21:17
 Re: 16. Vive-se num grito
Devo confessar que me passou pela cabeça que falava de pessoas que se perdem da vida, na vida da droga mas...

Na primeira parte, talvez o grito de/do que nasce, na segunda do que morre.

Talvez...

Abraço.