A criança, que brinca comigo, é pura.
Brinca com os meus sonhos, revirando-os
De um lado para o outro, com a candura
Própria de uma criança, instigando-os…
E assim brincamos os dois, altas horas,
Fazendo dos lençóis fantasmas benignos,
E instigamos os cavalos com as esporas,
Como a qualquer cavaleiro mui digno.
Ela conta-me estórias, para adormecer,
Beijando-me os olhos solenemente,
Até que o sono venha em todo o seu querer.
A criança, que vem até mim, fugiu do céu,
Jogou fora as asas, em gesto recorrente…
Vem, criança, até mim, vem, ó filho meu!
Jorge Humberto
03/06/07