Poemas : 

Sentada no Formigueiro

 
Sentada…
À sombra
Da bananeira
No meu caso
É da azinheira
Espero pasmada
Que se encha a ribeira
Espero deitada,
À soalheira
Espero que o povo
Encontre o rumo
Espero que Deus
Me traga o prumo
Por onde
Se embrenharam
Caldeus…
Antepassados
Meus
Espero, espero
No formigueiro
Que me lembra
A Mesopotânia
Na forma
Nunca no berço
Onde tudo aconteceu
Onde o homem
Ganhou seu preço
Nada mais faço
Que é esperar
Acendi uma vela
A S. José
Fiz novena
Ao Santo Onofre
Mas ele…
fechou o cofre
Onde guarda
As lembranças
Onde aferrolha
As heranças
Onde os rios
Se fundem no mar
Onde o homem
Aprendeu
A sonhar
E também
A delirar.

Como estou
Farta de esperar
O melhor é
Eu me calar
Não vá
Alguém pensar
Que lhe estou
A apontar
Os defeitos
Todos a eito
Pensando
No meu proveito.



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Transeunte na miragem

 
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poetamaldito
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/06/2009 21:15  Atualizado: 17/06/2009 21:15
 Re: Sentada no Formigueiro
É um risco em que incorre se aponta o dedo na direcção certa, mas vale bem a pena! Para seu proveito ou não, o que importa é se manifestar!

Abraço,
Vitória

Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 17/06/2009 22:40  Atualizado: 17/06/2009 22:40
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: Sentada no Formigueiro
Essa irreverência faz de ti um poeta não maldito,
mas frontal.
Gostei muito do poema.
Beijo
Vóny Ferreira

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/06/2009 00:11  Atualizado: 18/06/2009 00:11
 Re: Sentada no Formigueiro
Minha amiga,

Eu gosto de te ler, gosto dessa frontalidade e desse código "morse" que apenas (dizem eles, alguns) sabem ler. Eu sem “decifrador”, gosto porque nunca sei o que vai sair.
Ler-te é uma montanha russa, tanto dás palha, como de seguida um chá para ajudar a digerir a dita coisa, e sem deixar cair as palavras passas para a desilusão e acabas num poema de amor enchendo o meu cesto do lixo cheio de lenços de papel.
Cheguei a uma pequena conclusão: mandei por um cinto de segurança para te ler, o perigo de morrer como o Salazar é mais que real; as cadeiras não aguentam com tanta curva e contra curva.

Mas com o amanhecer tens que ter cuidado com o poeta maldito, só esse mesmo para te meter nos eixos.

Do poeta Bendito não reza a história.
Um beijo
JLL

Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 18/06/2009 18:46  Atualizado: 18/06/2009 18:46
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 Re: Sentada no Formigueiro
Um poema com a tua marca que aponta na direção certa numa escrita perfeita.

Beijos