Poemas : 

P/ Alentejana [Se o Bocage voltasse muita azia]

 
Se o Bocage voltasse muita azia
Ele trazia aos castos poetastros
Que em sonso verso dormem noite e dia
Ruminando os aplausos... são uns astros

Estou em crer que o abade e a meretriz
Rezariam um chá de quatro em honra
Da pública execução de um que diz
Ser vero vate... coisa que desonra

Poeta é ser cordeiro que a tosquia
Das palavras aceita por prazer
Ajeita-se à tesoura... é um sortudo

Se Bocage voltasse o que faria
Glosava e ria ria por saber
Que ser poeta é nada... por ser tudo


Xavier Zarco
www.xavierzarco.no.sapo.pt
www.xavierzarco.blogspot.com


Este soneto, em verso decassilábico e heróico, como, por norma, escrevo, deve a frase: “Se o Bocage voltasse muita azia ele trazia”, à nossa camarada deste sítio, a Luso-Poetisa: Alentejana.

 
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Xavier_Zarco
 
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Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 17/06/2009 20:10  Atualizado: 17/06/2009 20:10
Membro de honra
Usuário desde: 29/01/2008
Localidade: Maringá-
Mensagens: 1976
 Re: P/ Alentejana [Se o Bocage voltasse muita azia]
Sem dúvidas, Bocage foi um grande poeta, mas falava muita besteira (palavrões). Não era o dono da verdade.

Abraços:




Enviado por Tópico
poetamaldito
Publicado: 17/06/2009 21:06  Atualizado: 17/06/2009 21:06
Muito Participativo
Usuário desde: 30/04/2009
Localidade: Onde haja espaço
Mensagens: 79
 Re: P/ Alentejana [Se o Bocage voltasse muita azia]
Liberdade, onde estás? Quem te demora?

Quem faz que o teu influxo em nós não caia?

Porque (triste de mim!), porque não raia

Já na esfera de Lísia a tua aurora?


Da santa redenção é vinda a hora

A esta parte do mundo, que desmaia.

Oh! venha… Oh! venha, e trémulo descaia

Despotismo feroz, que nos devora!



Eia! Acode ao mortal que, frio e mudo,

Oculta o pátrio amor, torce a vontade,

E em fingir, por temor, empenha estudo.


Movam nossos grilhões tua piedade;

Nosso númen tu és, e glória, e tudo,

Mãe do génio e prazer, ó Liberdade.


Bocage