Estar aqui em frente à lareira, enrolada num cobertor, o frio aperta (entrenha-se na pele, nos ossos. Nunca na alma!). Beber chás sem conta, encantar-me com a melodia da lenha a arder, ver as chamas e pensar, sentir em mim todo esse turbilhão de emoções que também ardem dentro de mim, sentir em mim esta paz. Saber que lá fora corre o vento sem norte, atirando as folhas das árvores ao chão, as mais fracas porque as mais fortes resistem a tudo... saber que lá fora o ar é puro, fresco e a natureza se confunde, verde com verde e verde com verde... montes... serras altas como a serenidade que carrego, montes carregados de florestas, àrvores... um rio escondido para lá dos vales e vales de vida que me enchem a alma...
Estar aqui, só aqui... aqui a viver na serenidade e ternura dos momentos mais puros e belos... aqui sozinha e com essa aldeia que carrego dentro de mim.
(... sintam... o calor da lareira em mim!)
Escrito em Cavez, Cabeceiras de Basto, a minha aldeia exterior.
. façam de conta que eu não estive cá .