Às vezes perco as palavras nas correrias que faço
ao teu encontro, pauso-me na distância e baloiço na corda bamba da vida só para te dar um beijo que ultrapasse os caminhos e os espaços que nos separam.
Às vezes, como esta, tenho vontade de te escrever versos de amor que não terminem nunca e se realizem na tua boca em desejo e querer, em amor. Páro então a minha fugaz vida para te dedicar tanto do meu tempo, dedico-me a escrever-te com os dedos mágicos do sentimento, a sentir-te a envolver-me com os teus braços e a beijares-me a face cravada de faltas sucessivas. Dedico-me a ser-te porque os limites do que sou transcendem os limites do que és, connosco não há limites. Só esta barreira inerte, muro alto e firme que nem assim me impede de te ser.
Parei hoje de te sonhar para olhar-te, trazes o horizonte inteiro no olhar, na boca selada o amanhã escondido, nas mãos abertas o mundo inteiro seguro nas palmas que não bates. Trazes vida em teu corpo, a minha vida eternizada nos poros da tua pele, baladas de amor inteiras a cada movimento, palavras de amor escritas no teu cheiro...
Quem me dera puder abraçar-te sequer, beijar-te depois tão demoradamente que as nossas bocas se uniriam para sempre num imortal beijo de conhecimento mútuo... quem me dera deixar-te amar-me sequer por uma tarde, esta tarde inteira, outra, e outra, e outra... todas as tardes que na vida ainda me restam.
. façam de conta que eu não estive cá .