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SECARAM-SE-ME AS LÁGRIMAS

 
SECARAM-SE-ME AS LÁGRIMAS

Foi muito o tempo
Incontáveis as horas
No meu alazão sem freios
Ineficazes dos meus pés as esporas
Tanto que foi o tempo.
E apesar da corrida incontrolada
Do meu alazão de pura raça
Estancaram-se-me as lágrimas
Secou-se-lhes a nascente
Que de aço feito sofrimento
A dor que roubou a vida às fontes.
Das lágrimas não há vestígios
Foi muita a dor, infindável ausência.
Regressado à casa paterna
Não vi ninguém do meu tempo.
Houve razão para as lágrimas
Desejei num manancial chorá-las
Mas estancada estava a fonte
Sem razões de esperança
A nascente
Não havia já ninguém do meu tempo
Limitei-me a chorar sem lágrimas
Etéreas gotas de orvalho
Filhas de uma dor que prometia
Ficar comigo eternamente


Antónius



 
Autor
luciusantonius
 
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Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 16/06/2009 18:28  Atualizado: 16/06/2009 18:28
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 Re: SECARAM-SE-ME AS LÁGRIMAS
Um texto forte sobre a dor/frustração, saudade que sem cura nem lágrmas já lhe valem...Parabéns.