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Na Morte vejo vida

 
Egoísta foi
Por toda magoa para ti somente guarda
E não compartilhar sua dor com ninguém mais

Seus gritos abafados
Foram retratados
Seus olhos nunca me enganaram

Na ausência de vida
Cobriste-te corpo nu com negro véu
E popas te o mundo que lhe cercava de sua dor

Ao leito onde se encerra
Espera com fervor
Seus olhos fixos se despejam ao nada

O vento balança a copa das arvores
E seus lamentos estão escritos
Pode-se ver em seu olhar

Quanto grande a decepção pode ser
Ao grande custo de uma vida se privar
E que se assim de fato for que se vá com esplendor

O sol brilha e as pessoas saem para mendigar
Sorrisos, saudações Dignidade.
Lá fora é dia, mais neste leito ainda abrange a noite.

Teus irmãos, levantaram-se mil vezes
Mais se curvaram ao seu olhar
Que ao profundo ao nada se perde

Blasfêmias agora podem se ouvir
Nasceste perfeita e não se perguntou o por quê?
Agora na depressão de teu estado se perguntam, o por quê?

No estado mais profundo se confunde a um defunto
Seu olhar parado
Sua pele cadavérica

Nos secos lábios que água rejeitou
Na morta pele que do sol se refugiou
De um morto olhar que do mundo se privou

Foi junto aos eternos votos de lamentações sem fim
Mistura-se a terra que por muito andou
Privou-se do que um dia amou

Como a face de um anjo mal
Por fim seu rosto trincou
E seu sábio soprou

Mais nada se ouviu
Nada se deslocou
E pouco se pode fazer

Mirar em teu corpo agora tal esta vazio por fim
Miríada a dor de ver sua pessoa me deixar
E esta não será miscível a qual quer outra

Caminhas de cabeça baixa ao morgue em que tu descansaras
Mouco fui a tuas palavras que se marcaram a tua partida e foram então ouvidas
As rosas depositadas com o tempo secaram nunca mais eu fui trocá-las

Mais eu tive coram para verte uma ultima vez
E nunca mais ouvi d’tua pessoa alguém falar
Pos quem sabe no esquecimento é melhor se encontrar?

Nos degraus da velha igreja
Já fé não tinha lá
De joelhos aos choros sua imagem me veio

De pesares comuns ao entanto não me privei
Então me lembro
Não vale muito

Que de onde tu descansas
As mãos dela chegam lá
Viva e não deixa lhe tocar

Que do amor muito fácil à alta traição se chega
Que da dor mais bom gosto a alegria alcançada terá
Que em lagrimas maior será o seu sorriso





-"Uma vida não questionada não merece ser vivida".Platão.

 
Autor
Poeta_Morto
 
Texto
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1961
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Enviado por Tópico
Junior A.
Publicado: 25/06/2006 19:38  Atualizado: 25/06/2006 19:38
Colaborador
Usuário desde: 22/02/2006
Localidade: Mg
Mensagens: 890
 Re: Na Morte vejo vida
Seja bem vindo poeta.
Em tua morte de escrever,vejo a vida de prosseguir.
Mui bueno

Enviado por Tópico
SenhoraMorrison
Publicado: 26/06/2006 18:11  Atualizado: 26/06/2006 18:11
Muito Participativo
Usuário desde: 16/03/2006
Localidade:
Mensagens: 56
 Re: Na Morte vejo vida
Que bela obra
Maravilha quando o sofrimento traz a esperança...
ou pelo menos tenta transmiti-lo...
Gostei muito
Abraços e seja bem vindo,
~

Enviado por Tópico
InSaNnA
Publicado: 26/06/2006 20:36  Atualizado: 26/06/2006 20:36
Membro de honra
Usuário desde: 08/05/2006
Localidade: Brasil
Mensagens: 229
 Re: Na Morte vejo vida
Poeta_morto,qque tens a vida em suas mãos..Que belo poetar!Apesar de momentos tão sombrios,´mortes,defuntos..(xii,não espalha,mas morrer ,para mim,naõ e um assunto bem resolvido ..rs)O teu belo poetar,superou o meu medo..Amei!