Este ódio que me semeaste...
num fruto que amadureceu...
este ódio que me marcas-te...
numa tatuagem que desapareceu.
olha nos meus olhos...
verás cada lágrima da minha dor...
lágrimas que declarei ao mar...
nas minhas tenebrosas noites de pranto.
olha nos meus olhos...
e verás que o ódio acabou de partir...
e que o sonho está a surgir...
olha...
olha bem nos meus olhos...
...
olha...
perde-te no meu olhar...
porque da semente que semeaste...
em rosas negras transformei...
para o luto das brumas das trevas...
agora...
semeio sonhos...
perco-me no olhar...
de outro olhar...
perco-me nos sonhos...
de outros sonhos...
e incalculavelmente...
não te esqueço...
mas perco-me...
irresistivelmente perco-me...
e também eu...
sonho.
Alexander the Poet