Um pedaço de mim foi cortado
E jogado ao nada, ao deus dará
Voou no vento que passa a meu lado
Que mais o deus me levará
Tenho as mãos em sangue puro
De tanto rastejar sobre mim
É como se o coração fosse um muro
Ou um deserto que não tem fim
Um deserto onde eu sobrevivo
Sem lhe ver o fim, e sem saber onde começou
Ando como se de mim fosse um escravo
Que habita em mim mas não é quem eu sou
Mas na fraqueza a ele me ajeito
Porque ele sem mim, não tem força
Como um rio que tem o seu leito
Pelo centro do deserto e o adoça
O pedaço que em mim foi cortado
Não é mais que este que aqui ficou
Vou no vento que passa a meu lado
E quem sabe foi o deus, que aí o deixou