Quem faz a noite aqui no meu canto
Depois que acaba a luz vespertina
Há sons vibráteis como o pranto
Que cai em meu rosto em surdina
Em que hora exata é que principia
Neste labirinto negro sem demora
Inevitável noite de minha agonia
Que só acaba no raiar da aurora
E aí talvez volte a minha alegria
Até que o poente, com melancolia
Vai me apunhalar pela noite afora
Nestes tristes momentos da vida
A ninguém posso chamar de querida
Pois faz tempo que ela foi embora.
jmd/Maringá, 15.06.09
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