Quando me perco assim em poesia A esperar pela fisgada d’um verso; Quando me assento em pura fantasia, Em um mar de metáforas submerso; Esqueço tudo e já sou passarinho Alçando vôo em pleno espaço. Toda graça em mim, mesmo sozinho; A solidão sem fim, mesmo palhaço. Deixo soar as rimas, ouço o ritmo, Sob uma chuva branda de palavras Num vendaval de imagens fugidias. Vejo saudade, amores, alegrias. Vejo meu barco ir às ondas bravas; Vejo o mundo inteiro em um istmo.