Poemas : 

Poema 3. de "do Meu Grito em Revolta"

 
Vem do fundo do tempo
como que da profundidade duma face que envelhece
mas fica sempre com uma esperança nova na alma
esta vontade férrea de perguntar
o que é o homem, senão um bicho sem asas
que rasteja eternamente quando se recusa a gritar?

O que é o homem quando prefere o culto do trivial
e se contenta com míseras missas apologéticas
com que o fazem calar?
O que é o homem quando não vai ao fundo
dos acontecimentos
e se borra todo como as crianças
com medo de se enganar?

O que é o homem quando lhe batem os pés
como fazem aos gatos e o fazem fugir
para a sombra e nela permanecer
de face escondida a tremer?
O que é o homem quando se cala e se acomoda
às ideias que lhe vendem
e às promessas que lhe fazem para o impedir
de dizer?

Um homem assim não é coisa nenhuma!...
É apenas uma coisa qualquer sem vontade
um ingénuo, um fogo-fátuo, um bota-de-elástico
um berda-merda de homem
porque nem sequer chega a ser
uma merda de homem qualquer.


Publicado no Jornal "Rostos"


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Autor
AlvaroGiesta
 
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