Com minhas mãos, em forma de ninho,
é nelas que acolho um passarinho. Pois
estas são mãos de terra, que, pela vida,
aprenderam, a respeitar, aqueles, que,
apesar da diferença, iguais se fazem, à
minha humilde pessoa. E em certo dia,
à natureza, foi que, mi alma e coração,
à terra baixasse, a flor que lá nasceria.
E o pequeno passarinho, nestas suaves
mãos, onde baixou e encontrou, o seu
descanso devido, logo, o seu primeiro,
cantar, volveu, a quem ouvir quisesse.
Vez ou outra, batia suas pequenas asas,
enquanto eu, pressentindo, sua partida,
de imensa felicidade enchia-me, que das
mãos, suporte de vida, nova vida se faria.
Devolvendo meu corpo à terra, baixinho
(antes de tudo), fiz com que caminhasse
no peito do chão. E compreendendo sua
nova liberdade, o passarinho olhou-me…
e, entregando-se, aos céus… enfim, voou.
Jorge Humberto
13/06/09