Poemas -> Sociais : 

DENTRO DE UMA PRISÃO

 




Aquele que preso está, morto para a vida.
Liberdade haja ainda quem a busque,
entre quatro paredes iguais, tentando,
dessa forma, manter-se, assim, consciente.

Da rua e das casas lá fora, chega a pensar,
que as degradantes grades, são só mais
um adereço, que ali está, por seu direito,
coisas da cidade grande, que fez por merecer.

Fechado, entre quatro muros, de cimento,
tem para seu luxo, uma enxovia e uma manta.
E para as necessidades, um simples balde,
sujo de excrementos, é a sua única regalia.

Existe também uma mesa e uma velha cadeira,
onde, pela noite, se recorda a família, e, entre
o efeito dos hipnóticos, num ridículo esforço, mil
cartas, pelo chão, lembram falta de coordenação.

Quando pela manhã, se apercebe, de todo este
caos, não é difícil imaginar, a frustração, assim,
subindo, até à janela gradeada, a liberdade,
a todos escondida, cria asas nos braços e um céu.

Jorge Humberto
12/06/09







 
Autor
jorgehumberto
 
Texto
Data
Leituras
674
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 13/06/2009 18:06  Atualizado: 13/06/2009 18:06
 Re: DENTRO DE UMA PRISÃO
Gostei desta tua abordagem aos prisioneiros, uns de parede e outros de conceito (esta parte de extrapolação minha!
Um abraço