Peguei, na palavra amargurada da gente Que desliza ao meu olhar, silenciosamente Curvada, gente, que se esqueceu que é. Gente Tal o peso do delírio, vive copiosamente
Entrega-se a devaneios incontidos de nada Gasta a energia, em palavras cruas e ocas. Feras Que se esfarrapam na arena infundada Da certeza, improvável, talvez abstracta
Da razão, tantas vezes ultrapassada Pelo génio de uma massa em mutação Pobre de mim, peguei nessa mesma. Palavra
Adornei-a de arabescos, vesti-lhe roupa garrida Soltei-a em campo aberto, com tal sofreguidão Nem me dei conta, sou a molécula. Fingida