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Planuras de utopias

 
Esta ânsia de regresso, a ti amado, este sonho
calcinado em planuras de utopias
num destino recortado em pálpebras salgadas.

Este estandarte de febres elevado
nos ermos e nos zimbórios d’invicta praia,
este morder desvairada da luz a claridade
e transbordar absorta em emulada chama
da marina ancorada dos teus olhos.

E palmilhar vidros ávida, sangrando emoções,
e morder uma a uma as vagas da agonia
nesta angústia infinda a escorrer-se sangue
na goela e nas narinas, em batalhas impúberes
de chacina, em fogueiras apagadas de sertões.

E esta dor no corpo, este estado sovado
na essência azul de um por do sol,
e este branco anilado, das linhas com que
bordo a ponto cheio o teu nome, meu amado,
na barra alva do meu lençol.

Este estado concluído na fluidez do verbo
em que escrevo a epopeia acicatada do teu corpo
em mim sereia, em derradeira espera neste molhe.

MT.ATENÇÃO:CÓPIAS TOTAIS OU PARCIAIS EM BLOGS OU AFINS SÓ C/AUTORIZAÇÃO EXPRESSA

 
Autor
Mel de Carvalho
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Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 03/06/2007 21:37  Atualizado: 03/06/2007 21:37
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3408
 Re: Planuras de utopias
Leitura suada nesta obra de arte. É disto que eu gosto, gritar as mágoas e chorar as agonias que se deleitam no nosso viver, fazendo assim da vida um labirinto de pensamentos, onde nem sempre o caminho é fácil de descrever e de fazer.
Lindo!!


Enviado por Tópico
Gilberto
Publicado: 03/06/2007 23:15  Atualizado: 03/06/2007 23:15
Colaborador
Usuário desde: 21/04/2007
Localidade: V.Nde GAIA-Porto
Mensagens: 1804
 Re: Planuras de utopias
Querida Mel,

Mais um soberbo poema! Na linha dos que já nos habituaste.
Dorido. Melancólico. Diria...pungente, quase um lamento. Mas belíssimo!

Parabéns Mel!

Beijinhos

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