Sim. É isso que vês. Estou morta.
Sonhei séculos a perder, com um intenso jardim irreal
Vivi a solidão com inquietude e
A pobreza com alegria
Andei pelo raso
E olhando nos olhos das flores
Que me recebiam em seu regaço.
Ah... como as amei
Mas já não faço versos como antigamente...
Volto de onde me esqueci
Para dizer-lhes:
"Perdão! Perdão minhas amadas...
Nunca lhes disse
Mas como as amei!"
E agora meu mundo desconfigura-se
E a solidão vem ao longe
Acenando com suas cores frias e cortantes
Mostrando-me o jardim que já não existe
E minhas flores que já não são minhas...