Vislumbro a noite dos dias,
tudo porque já ninguém vê...
ninguém quer ver!
A opacidade reina mais distante
do que os olhos alcançam,
cega os corações de pedra,
na dureza que medra,
nas mãos encolhidas que não avançam,
eu paro, por um instante...
vislumbro,
o menino que corre
e despe a esperança do olhar
mata o medo da fome,
nos sonhos perdidos que não tem,
nem sabe o que é sonhar...
vislumbro a noite, devagar,
cai hedionda a morte.
Vislumbro distante a sorte,
na lágrima que me escapa,
nos sonhos que o menino perdeu.
Vislumbro-me ao espelho, eu,
na vergonha das palavras.
Andy