(Soneto escrito no ano de 1933)
UM DIA
Um dia contemplei-te meigamente,
E fiquei com desejo de merecer-te.
Amor, talvez, porque depois ausente,
Virá o desejo de voltar a ver-te…
Para saciar aquela saudade,
Que atingirá meu coração em parte.
Para ver teu rosto, reflectir bondade,
P’ra com mais força, continuar a amar-te.
Para, enfim, amar-te, loucamente,
Fazer a vontade ao peito fremente,
Onde pulsa por ti meu pobre coração.
E eis aqui o soneto particular,
E se o autor não quiseres amar,
Dele, pelo menos, não te esqueças, não!...
Veríssimo Salvador Correia (l933)