Como num sonho transversal, lua feita,
em toda a sua imensidão, emoldurando
a noite, escura como escarcéu, parece
pendurada, por fio invisível, alguma mão,
ou um paralelepípedo, onde, sem se ver,
buscando-a, realiza-a, junto à beirada, da
linha do horizonte, que, embora, a nossos
olhos, fuja, bem sabemos de sua presença.
Por entre o movimento, das águas do mar,
que se encontra, estranhamente, tranquilo,
rochas negras, tal qual, silhuetas, impostas,
lembram sua posse, ao emergirem das águas.
Pouca ou nenhuma claridade, advém da lua,
e, num repente, meu sonho, vê-se imerso,
entre linhas paralelas e diagonais, no meio
das poucas ondas, atrevendo naturalidade.
Jorge Humberto
09/06/09