Vejam! vejam aquela criança no chão,
Ela é fruto de toda a nossa ingratidão!
Passamos por ela e nada nos padece!
A meio ao papelão, jaz fria e arrefece.
Roupas esburacadas são o sortilégio,
De quem não teve na vida o privilégio
De ser criança em toda a sua plenitude!
E anda na vida com um só queixume:
Ser como todas as outras crianças ali,
Comer boa comida como lhe é devida
Resgatando assim, dos confins a vida
À muito perdida… e mesmo que o fim
Seja a tua pobreza, não faças alarido,
Também eu andei no mundo perdido…
Jorge Humberto
01/06/07