hoje não vou falar dos meus lamentos
nem redigir os meus colossais anseios
hoje vou falar da paz de um poeta
espelhada na cor tranquila da horta
vou falar das almas que choram
por um momento o abafo das suas dores
e dos peregrinos cansados que ainda não acharam
a sombra que repousarão seus fervores
vou falar de um olhar que fala eu estou aqui
a fitar você passar sempre e não saber quem por ai
vou falar da vida, eh da vida!
que da aparência anda destorcida
vou falar que nenhum poeta esperou ser consagrado
para falar que qualquer sentir
assim o faço para quando de alma finir
à humanidade anseio tudo de bom agrado