Faz tempo, e neste tempo eu sei,
Tudo o que eu disse, e o que não ousei dizer...
Entendia que palavras podem destronar um rei,
Então eu escrevi, para nunca mais esquecer...
Sei que tenho meu olhar desatrelado à alma,
Como um universo desprendido do azul...
Que parece confuso, e perdido pede calma,
Transladando-se, horas norte, horas sul...
Por isso, tento lhe encontrar nos mapas,
Mas sem coordenadas, se torna impossível...
É como dar murros em pontas de facas,
E tentar achar o certo, no que é imprevisível...
Por isso peço-lhe que me escreva,
Seja lá onde esteja nos paralelos do universo...
E de teus caminhos cósmicos, descreva,
Mesmo como uma poesia, num simples verso...
Escreva-me... Estou com saudades,
E ela se torna mais evidente à medida do tempo...
Transformando em dor a felicidade,
Ao ouvir seu nome, no suspiro do vento...
E é neste momento, que tudo parece paralisar,
O relógio fica mudo, e eu cego, não posso ver...
Que a dor é maior, para quem sabe amar,
E escrever de saudade para quem não sabe entender...