Olhos vermelhos que ardem,
E sangram a dor sem ferida...
Como um inferno que as vistas invadem,
Queimando com um fogo suicida...
Olhos vermelhos, as lágrimas e o sangrar,
Com o rubor das rosas e seus espinhos...
Que até ao ouvido parece machucar,
Ao falar alto, e ao gritar bem baixinho...
Eu sei que é uma contradição,
Como também sei que nem todo veneno mata...
Mas intoxica as veias da razão,
Pois quem não ama... maltrata...
Sei que nem todos podem ver e sentir,
O que por ventura, lamento sozinho...
Mas o fato de me autodestruir,
E ver o mundo perdendo o carinho...
Quis ver o poeta, o beijo de Ades,
E entender a poesia dos mais tristes...
Chorar a mentira em meio à verdade,
Suplicando um amor que não mais existe...
Pois sinto que as pessoas se afastam,
Sinto as almas como máquinas e aparelhos...
Sinto que tudo que é vivo... matam...
Sem piedade, sem lágrimas e olhos vermelhos...