...Da tristeza que despenca o desfiladeiro salgando o mar, viu ao longe a bruma leve deslizar dançando sobre as águas mornas então, sorriu da dor e cantou feliz recordando quando o Senhor fez a separação das águas...
Mas de um mero mote, certo poeta, inspirou seus versos, nascendo assim, um lírico e profundo amor por uma solitária donzela... E o canto do poeta foi tão pungente, que alvoroçando às aguas distantes, quentes, trouxe por engano numa"Pororoca" de encantos, uma linda sereia do mar que hoje vive a procurar nas águas doces, o encantado Boto!
(Marisa Rosa Cabral)
Falar de mim? O quê?
Sou tempestade em copo d'água... Besta feito uma égua que não se curva e não se dobra, mas, se tu me cobra, eu digo: Sou chuvarada de verão, deserto quanto sertão e ainda ando só, sozinho... Remoendo as mágoas que ninguém ouve e...
Cantiga de uma Druida relembrando o tempo da criação.
Marisa Rosa Cabral