QUANDO O CALOR DA LÍNGUA
DERRETE A CERA – LÁGRIMAS.
AINDA ESCORREM
SOBRE OS MEUS PANOS BRANCOS
O SANGUE DAS TUAS PALAVRAS
CARREANDO A MINHA DOR
ENTRE A SOMBRAS DAS CATEDRAIS
ANÉIS DE VIDRO COLORIDO NOS MEUS DEDOS
FAISCAM CORES
RISCAM LABIRINTOS NO PÓ DOS TEUS PASSOS
ENQUANTO REESCREVO A TRAJETÓRIA
DAS SEMENTES DE MANDRÁGORA.
LÁ FORA
CHOVE UM FRIO INTENSO
E NAS LABAREDAS NEM MESMO O VENTO ESCREVE/DESCREVE
O MATRAQUEAR DAS BOCAS TESAS [OBSOLETAS!]
QUE MORDEM MALDIÇÕES ANTES DO NASCER DO SOL.
DENTRO DE MIM
UMA AFLIÇÃO QUE SÓ O TEU BEIJO ACALMA
SUFOCANDO O GRITO ANCESTRAL QUE TRAGO N’ALMA.
Luciah Lopez