Poemas : 

TRAJETÓRIAS

 
 
QUANDO O CALOR DA LÍNGUA
DERRETE A CERA – LÁGRIMAS.


AINDA ESCORREM
SOBRE OS MEUS PANOS BRANCOS
O SANGUE DAS TUAS PALAVRAS
CARREANDO A MINHA DOR
ENTRE A SOMBRAS DAS CATEDRAIS
ANÉIS DE VIDRO COLORIDO NOS MEUS DEDOS
FAISCAM CORES
RISCAM LABIRINTOS NO PÓ DOS TEUS PASSOS
ENQUANTO REESCREVO A TRAJETÓRIA
DAS SEMENTES DE MANDRÁGORA.
LÁ FORA
CHOVE UM FRIO INTENSO
E NAS LABAREDAS NEM MESMO O VENTO ESCREVE/DESCREVE
O MATRAQUEAR DAS BOCAS TESAS [OBSOLETAS!]
QUE MORDEM MALDIÇÕES ANTES DO NASCER DO SOL.


DENTRO DE MIM
UMA AFLIÇÃO QUE SÓ O TEU BEIJO ACALMA
SUFOCANDO O GRITO ANCESTRAL QUE TRAGO N’ALMA.





Luciah Lopez

 
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luciahlopez
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/06/2009 08:43  Atualizado: 06/06/2009 08:45
 Re: TRAJETÓRIAS
Cada palavra tem uma força própria, e luta para melhor se encaixar e ganhar o seu próprio espaço no verso. Depois as ideia ressaltam matraqueadas como as teclas do piano e o poema resulta vivo, dinãmico e harmonioso. Um poema superior a provocar o velho lamento: como é possível que poemas destes não sejam mais lidos?
Por isso começo sempre por abrir os menos visitados na convicção de que os textos que registam mais leituras, vá-se lá saber porquê, possuem, por regra, qualidade inferior.
Aplaudo.
Bj